ARTHUR VEROCAI (LP)

* ENTREGA A PARTIR DO DIA 28/06  + PRAZO DE ENTREGA DOS CORREIOS

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"Muito amor e dedicação". Quando perguntado sobre o motivo do sucesso tardio de seu álbum homônimo de 1972, o multi-instrumentista, compositor, produtor, arranjador e maestro Arthur Côrtes Verocai tem uma ideia de como as coisas aconteceram. Parece natural que todo o amor e dedicação que o artista colocou em seu álbum levou algumas décadas para amadurecer e conquistar o gosto de DJs, produtores e colecionadores de discos ao redor do mundo — todos hipnotizados pela música primorosa e exuberante de Verocai.

O álbum foi gravado dentro do período de um mês e foram utilizadas 60 horas de estúdio. Vale ressaltar que “a necessidade foi a mãe da invenção”, como acontecia entre muitos dos artistas brasileiros naquela época. Em apenas quatro canais disponíveis, Verocai conseguiu gravar uma orquestra completa, formada por 12 violinos, quatro violas, quatro violoncelos, duas percussões, dois saxofones, trombone, flauta, violão, piano elétrico e um sintetizador — este foi um dos primeiros álbuns no Brasil com tal inovação — cortesia de Luiz Paulo Simas, na época tecladista do Módulo 1000 e futuro integrante do Vímana.

As letras, recheadas de comentários sociais, abordavam algumas das questões mais relevantes da época e foram quase todas escritas pelo poeta Vitor Martins. Para serem aprovadas pela Censura Federal, continham críticas subliminares à ditadura — tema comum de discussão e reflexão naquela geração de artistas. Verocai nos alerta que os arranjos também expressam esses significados e toda aquela angústia típica daqueles tempos difíceis de repressão militar: "Os arranjos também eram um grito, vindo de toda aquela música que estava aprisionada dentro da minha cabeça. Eu tive que tirar tudo isso do meu sistema, porque isso era impossível no dia a dia de um músico".

Arthur Verocai foi amplamente esquecido por décadas, mas hoje seu legado é reconhecido mundialmente. Com o benefício da retrospectiva, é possível olhar para trás e ver que seu álbum homônimo de 1972 é um marco artístico relevante e fundamental dentro da história da música brasileira. Sua jornada épica — de álbum maldito, esquecido e ignorado à obra/referência na produção contemporânea — encanta novas gerações a cada ano. Como estava escrito na contracapa de seu álbum Timeless: "A história virou de cabeça para baixo e a justiça musical foi feita".

Esta edição Rocinante/Três Selos é em vinil preto 180g, inclui capa dupla, encarte impresso com letras e texto do jornalista e escritor Bento Araujo, autor da série de livros Lindo Sonho Delirante.

Lado A

A1. Caboclo (2:53)

A2. Pelas Sombras (2:16)

A3. Sylvia (3:03)

A4. Presente Grego (2:32)

A5. Dedicada a Ela (3:33)

Lado B

B1. Seriado (1:47)

B2. Na Boca do Sol (2:59)

B3. Velho Parente (2:18)

B4. O Mapa (2:42)

B5. Karina (Domingo no Grajaú) (5:15)

•⁠ ⁠LP Preto 180g*

•⁠ Capa gatefold

•⁠ ⁠Texto inédito do jornalista Bento Araujo

• Encarte duplo

•⁠ Obi

*A cor do disco está sujeita a oscilações devido ao processo de fabricação

**Imagens meramente ilustrativas